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Pontes de Pênsil um poema de Danielle Rech

  • Foto do escritor: Daniela Amaral
    Daniela Amaral
  • 11 de mar.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 13 de mar.





Pontes Pênsil


Tanta matéria morta e viva atravessa

de uma margem para outra do rio

menos as árvores da beira, e algumas mulheres

que estão satisfeitas em terra firme


as samambaias arrancadas e as capivaras

cruzam o tuba-nharô, em tupi-guarani, o pai feroz

as roedoras, desviam dos rejeitos de carvão, agrotóxicos

dos resíduos de porcos, dos restos das olarias


as garotas da universidade

mudam de margem pela ponte pênsil

com asas nos pés e projetos na cabeça

contam com o cuidado do manto das estrelas


o rio Tubarão, pai protetor

em suas carnes aquosas

se encontra furioso


o escuro da noite

não é para mulheres

menos ainda

para as mulheres de travessia.




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