
No mês de março, muito se fala sobre sororidade e parceria entre mulheres, mas nós sabemos que a nossa luta é constante e não se limita ao Dia Internacional da Mulher. Por isso, felizmente, surgem cada vez mais grupos feministas comprometidos a se apoiar e a abrir caminhos de forma coletiva e contínua.
E o que acontece quando esses grupos, organizados em seus próprios núcleos, decidem expandir sua atuação e caminhar para além de seus espaços? Crescem ainda mais!
Não é à toa que uma frase muito conhecida compara a união feminina à força aquífera:
"Mulheres são como as águas: crescem quando se encontram."
E foi isso o que aconteceu (e está acontecendo) com o Coletivo Marianas, de escritoras e artistas, e o Todas da Lei, de advogadas.
Em junho de 2024, integrantes dos dois grupos tiveram seu primeiro contato, no lançamento do livro Ressignificando o sistema: feminismo, lacunas e resistência, obra coletiva do Todas da Lei que reúne artigos científicos sobre as questões de gênero.
A partir desse encontro, surgiu a vontade de unir forças e aumentar ainda mais o alcance de suas vozes. Uma das principais ações decorrentes dessa parceria é a divulgação das obras literárias de escritoras do Coletivo Marianas no Instagram do Todas da Lei.
Wanessa Assunção Ramos, responsável pelas redes sociais e uma das coordenadoras do Todas da Lei, conta que o grupo procura apoiar outros coletivos e realizar atividades colaborativas em outros setores sempre que possível, por isso propuseram a ação com o Marianas.
"Uma das nossas parcerias mais significativas é com o Marianas. A cada duas semanas, destacamos autoras pertencentes a esse coletivo, promovendo obras criadas por mulheres e incentivando a visibilidade de suas produções."
Wanessa acredita que iniciativas como essa atendem aos principais objetivos do grupo:
"Um dos pilares do Todas da Lei é o apoio mútuo entre mulheres, com a intenção de criar um ambiente mais justo e equitativo. Isso se traduz na superação de obstáculos frequentemente impostos pelas desigualdades estruturais de gênero. Nossos objetivos são claros: promover o empoderamento mútuo, desconstruir estigmas e estereótipos, reduzir a solidão e o isolamento, criar redes de oportunidade e suporte e, finalmente, contribuir para uma verdadeira transformação social."
Que este seja só o início de um grandioso encontro de águas.
Sobre o Todas da Lei
O coletivo Todas da Lei, fundado pela juíza de direito Camila Henning Salmoria, pela advogada Daiana Allessi e pela promotora de justiça Mariana Bazzo, tem como objetivo reunir mulheres, estudiosas e entusiastas do feminismo, promovendo o aprofundamento do conhecimento científico sobre igualdade de gênero.
A coordenação do grupo cresceu com a adesão das advogadas Aline Cordeiro Andriolli e Wanessa Assunção Ramos, o que possibilitou uma maior amplificação do alcance e a produção de conteúdos informativos de qualidade e acessíveis a um público mais amplo.
As publicações do coletivo acontecem por meio do Instagram (@todasdalei) e do site oficial (todasdalei.org), oferecendo uma programação diversificada, que inclui análises de documentos oficiais, colunas escritas pelas próprias integrantes e indicações culturais, como livros, filmes e eventos.
Sobre o livro "Ressignificando o sistema: feminismo, lacunas e resistência"
A obra Ressignificando o sistema: feminismo, lacunas e resistência é uma coletânea de artigos escritos por integrantes do coletivo Todas da Lei. Composto por várias perspectivas sobre feminismos e gênero, o livro é um sonho concretizado durante o primeiro ano de existência do grupo.
Está cheio de reflexões profundas, análises críticas e experiências pessoais e profissionais vivenciadas por mulheres que compartilham suas vozes, lutas e conquistas. De maneira técnica e muito apaixonada, contém problematizações que abordam o vasto universo de alteridades femininas de modo que cada texto oferece uma visão única e inspiradora sobre a complexidade dos feminismos contemporâneos e mostra como a opção política e pessoal de lutar por uma sociedade que trate a todos e todas com equidade e respeito aos direitos humanos de meninas e mulheres é uma necessidade urgente.
Este livro é um testemunho do poder transformador das mulheres que respiram o Direito e não aceitam mais calar diante das injustiças que as assimetrias de gênero seguem causando na vida das mulheres brasileiras.
O acesso ao e-book é gratuito, atendendo ao propósito das integrantes de democratizar o conhecimento acadêmico sobre igualdade de gênero.
Confira no link: Ressignificando o sistema: feminismo, lacunas e resistência
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